Na Pesquisa Agrícola

Postagens sobre a pesquisa e o cultivo da mamoneira no semiárido.
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quarta-feira, 29 de junho de 2011

É OSSO!!!

Olá amigos, hoje vou comentar sobre um artigo que vamos preparar para apresentarmos no Congresso Brasileiro de Mamona que irá se realizar em 2012 em Vitória no Espírito Santo. Nesse resumo que vamos apresentar, iremos medir o tamanho das sementes de diversas linhagens da Embrapa Algodão e algumas cultivares em uso atualmente. Com o auxílio de um paquímetro digital vamos fazer as medições do comprimento, largura e espessura das sementes desses genótipos.
O objetivo é avaliar e caracterizar esses genótipos quanto ao comprimento, largura e espessura de suas sementes. O conhecimento dessas características é importante para o dimensionamento e regulagem das máquinas no processo de beneficiamento e de classificação porque existem variações entre as diversas linhagens e cultivares. Outro objetivo é avaliar se existe diferenças no comprimento, largura e espessura das sementes entre os racemos primário, secundário e terciário dessas linhagens em estudo.
Para que isso seja feito é preciso muito trabalho e tempo, aliás, tudo na pesquisa requer tempo, nada acontece da noite para o dia. Então, para aqueles que não sabem como são feitas as pesquisas e muitos pensam que é trabalho simples, vou fazer um cálculo rápido de quantas leituras vamos realizar para que vocês tenham uma idéia. Vamos levar em consideração apenas o comprimento das sementes de apenas uma variedade. Para isso precisamos coletar as medições do comprimento de 100 sementes. Essas leitaras compõe apenas uma repetição e são necessárias mais de uma para que se possa realizar uma análise estatística. Então, para esse trabalho vamos fazer três repetições. Assim, são necessárias 300 leituras para cada cacho e para cada material. Como serão três cachos, em cada variedades serão 900 medições.
Vamos entender: 1 variedade  * 1 característica * 100 leituras * 3 repetições * 3 cachos = 900 leituras. No total vamos ter: 20 variedades * 3 características * 100 leituras * 3 repetições * 3 cachos = 54.000 medições. É osso!!!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Crescimento da mamoneira

Olá amigos leitores, estamos de volta após um esse belo feriadão. Espero que todos tenham curtido bastante e dançado muito São João, aquele forrozinho colado bem gostozinho. Mas infelizmente acabou e temos que continuarmos nossos trabalhos. Pois bem ... hoje vou comentar sobre o crescimento e desenvolvimento da mamoneira.
O crescimento é do tipo indeterminado, ou seja, ao germinar a planta cresce verticalmente, sem ramificar lateralmente "esgalhar", até a formação do primeiro cacho. Após a formação do racemo primário surge um ramo lateral que cresce novamente verticalmente até a formação da nova inflorescência e assim surgem outros ramificações cuminando sempre com a formação de um cacho. Ao crescimento dessa estrutura formada dá-se o nome de simpodial. Assim, o crescimento da mamoneira é indeterminado desde que as condições edafoclimáticas sejam favoráveis ao seu crescimento e desenvovimento. São identificado cerca de 12 fases de desenvolvimento desde a germinação até a maturidade do cacho.
Esse é o crescimento de plantas de mamoneira sem a atuação do homem. Hoje, o homem através dos métodos de melhoramneto genético tem realizado modificações em toda a planta de mamoneira de forma a selecionar materiais melhores e mais produtivos ao cultivo do homem. Então muitas cultivares em uso podem apresentar orgonografia diferente, principalmente as cultivares de porte baixo e precoce.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tratamento químico das sementes


Caros leitores, em postagens anteriores comentei sobre as doenças da mamoneira e a importância da qualidade da semente. Pois bem, hoje vou comentar mais sobre esse assunto. Para o sucesso de qualquer cultura e minimizar as perdas ocasionadas por ataques de patógenos é importante o tratamento químico nas sementes.
As sementes de mamoneira apresentam germinação lenta e às vezes desuniforme o que pode causar um estande irregular dada à baixa capacidade de competição na fase inicial. Além disso, ainda estão expostas as doenças do solo. Também os solos da microrregião de Irecê - BA encontram-se infestados por vários fungos de solo que atacam a mamoneira. Então, para garantir um número de plantas adequado e plantas mais uniformes e sadias é importante, além da obtenção de sementes de qualidade, o tratamento químico contras as doenças de solo.
A obtenção de um estande adequado, uniforme e com plantas sadias minimiza as perdas ocasionadas por patógenos resultando em plantas bem desenvolvidas em campo e com aumento na produtividade.
O tratamento das sementes de mamona com fungicidas proporcionará proteção as plântulas durante o processo de germinação e reduzirá a infestação das doenças durante todo o cultivo, resultando em um melhor desenvolvimento e instalação das plantas em campo. Então, recomendamos aos produtores de mamona que além da aquisição de sementes de qualidade que se faça uso de fungicidas para o tratamento das sementes antes de semeá-las. Ressaltamos a importância dessa prática, principalmente na microrregião de Irecê onde as áreas encontram-se infestadas com fusário e macrophomina – importante doenças da mamoneira, já comentadas em postagens anteriores. Em qualquer estabelecimento de produtos agropecuários poderá se comprar fungicidas para tratamentos de sementes.
A todos um bom feriado e aqueles que vão curtir São João em Irecê, deixo uma foto da praça do São João e o vídeo de abertura dessa festa, http://www.youtube.com/watch?v=IDycoD00jbY. Bom São João.

Praça do São João em Irecê - BA

terça-feira, 21 de junho de 2011

Andamento das pesquisas

Olá leitores, nessa semana estamos trabalhando apenas nas atividades essenciais dentro do escritório em virtude de apoiarmos os colegas que decidiram pela paralização. Então, as atividades dessa semana estão todas concentradas no escritório. Nos ensaios de pesquisa de campo ainda falta muita coisa para ser feito, entre elas continuar a seleção de plantas com tolerância a seca e a contagem de cápsulas dos racemos.
A contagem de cápsulas é talvez a característica que demanda mais tempo para a conclusão. São avaliados os primeiros três cachos de cada planta, sendo muito demorado, principalmente quando esses cachos são de tamanho grande. Já estamos coletando esses dados há algum tempo e ainda nos restam alguns experimentos; esperamos terminar na próxima semana.
Essa característica nos dá uma idéia da produtividade da planta, visto que os racemos iniciais são os mais produtivos. Para o próximo Congresso Brasileiro de Mamona a ser realizado em 2012, estarei apresentando um resumo sobre a contribuição desses cachos na produção total das plantas e se existe diferença estatística significativa na produção dos racemos entre as ordens primária, secundária e terciária de alguns materiais genéticos e cultivares.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Paralisação

Olá amigos, hoje vamos continuar a falar de nossas pesquisas com a cultura da mamoneira. Como essa semana é uma semana relâmpago por causa do São João e também porque a Embrapa está fazendo um protesto por reajuste salarial, nossas atividades ficarão concentradas apenas no escritório e a atividades essenciais. É uma pena termos que fazer esse tipo de manifestação, porém, vejo que é necessário. Temos acompanhado diversas manifestações desse tipo esse ano e o que parece é que essa é a saída se uma determinada categoria  quiser melhores condições de trabalho e reajustes salariais.
Isso está acontecendo em todas as áreas. É na educação, é na saúde, é na ciência e tecnologia e agora até os militares precisam realizar manifestações como aconteceu no Rio. É uma vergonha. Na educação, Amanda Gurgel do Rio Grande do Norte fala com propriedade na câmera municipal http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA; na saúde, os médicos residentes fizeram uma manisfetação nacional e no final não obtiveram ganhos reais e ainda correm o risco de terem seus salários reduzidos; militares bombeiros no Rio de Janeiro presos por fazerem reinvidincações (as vezes exageradas) e assim, todos nós temos acompanhado essas manifestações em todo o Brasil em todas as categorias. Então, nós da ciência e tecnologia também temos que fazer nossas paralisações para reinvidicarmos nossos direitos. Pois é...vamos aderir a essa paralisação em parte, porque não dá pra ficar no escritório sem fazer nada.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

As Pragas da Mamoneira

Olá amigos, a mamoneira como qualquer outra cultura também é atacada por algumas pragas. Hoje vamos abordar as principais pragas dessa cultura para a microrregião de Irecê - BA. Quando um determinado inseto-praga ataca uma cultura de forma a comprometer a produção é porque esse inseto está em desequilíbrio  com o meio ambiente. Esse desequilíbrio provém da ação do ser humano sobre o meio ambiente como desmatamento associados ao monocultivo, uso indiscriminado de pesticidas, sementes de baixa qualidade, condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento de insetos, etc.

Na mamoneira os principais insetos-pragas estão associados as folhas e aos frutos. As pragas principais das folhas são as lagartas e as cigarrinhas. Já associado ao fruto, o principal inseto é o percevejo verde. Trabalhando com essa cultura há quatro anos não tivemos um ataque severo dessas pragas de forma a causar prejuízos econômicos, mas ressaltamos que o ataque de percevejo (Nezara viridula, Linne) deve ser monitorado porque poderá causar sérios prejuízos se o ataque for intenso, então, é bom o agricultor ficar atento para realizar o combate desse inseto quando necessário, tendo em vista que ele ataca justamente o fruto, a parte econômica. O percevejo tanto na forma adulta quanto na forma jovem alimentam-se da seiva do fruto provocando o seu chochamento e consequentemente a perda da produtividade. Bom final de semana!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Macrophomina

Olá leitores, em postagem anterior falei de forma geral sobre as doenças que atacam a mamoneira. Pois bem, hoje vamos comentar especificamente sobre a macrophomina ou podridão do tronco. Talvez essa seja a principal doença  da mamoneira no  Estado da Bahia por está presente em toda a região produtora.

Essa doença é causada pelo fungo Macrophomina phaseolina (Tassi) Goid. Os sintomas dessa doença são semelhantes à murcha causada por Fusário Oxysporum f. sp. ricini, o que dificulta sua identificação visualmente. Esses sintomas são amarelecimento das folhas, murcha da planta, ocorrência de necrose nas raízes, que poderá subir em direção ao caule tornando-o enegrecido.
Temos verificado em nossos experimentos muitas plantas sendo atacadas por essa doença. Outra coisa que temos observado é o aumento de seu inóculo ano após ano. Além da mamoneira,  a macrophomina ataca também o milho e o feijão. Uma região como a microrregião de Irecê onde as principais culturas são feijão, milho e mamona há de prevê que essa culturas poderão no futuro serem prejudicadas economicamente por essa doença se não forem tomadas medidas preventivas e se a pesquisa não desenvolver cultivares resistentes a essa doença.
No manejo preventivo recomendamos o uso de sementes sadias e tratamento químico das sementes de forma a reduzir o inóculo desse fungo. Fazer rotação de culturas que não seja mamona, milho ou feijão e eliminação dos restos culturais.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Em dia com a pesquisa da mamoneira

Olá amigos, semana passada quase finalizamos as leituras das váriaveis de nossos experimentos, faltando apenas a contagem do número de cápsulas de alguns ensaios. Essa característica é uma das mais demoradas. A contagem de cápsulas ou de frutos refere-se a contagem do número de frutos de todo o racemo. Em cada planta fazemos essa leitura nos racemos primários, secundário e terciário. Então, haja tempo e preparo físico para a realização dessa característica. Preparo físico porque você precisa está o tempo todo se abaixando, levantando e caminhando.
Nessa semana, além de continuarmos na contagem de frutos, vamos realizar também a seleção de plantas que apresentam resistência a seca e a doenças para continuarmos a avaliação dessas progênies no próximo ano. Esse ano está sendo um bom ano para fazermos essa seleção. A última chuva ocorreu no 13 de março e de lá pra cá só um sol castigante até a última semana de semana de maio. A partir daí a temperatura caiu e começou a fazer um friozinho, porém nada de chuva.
Nessa seleção observamos a uniformidade das plantas, a resistência a seca e a doenças. Na uniformidade procuramos selecionar apenas aquelas mais semelhantes possível, depois observamos quais plantas ainda permanecem vivas e dessas quais não estão atacadas por alguma doença. Além disso, ainda verificamos a precocidade da planta, pois também eliminamos as plantas tardias.
Assim é o nosso dia a dia, o dia a dia de um pesquisador que trabalha com melhoramento genético. Até um material genético virar uma cultivar haja tempo, trabalho e estudo. Quando é  lançada uma nova cultivar era também para fazermos uma festa porque por trás dessa cultivar está um trabalho árduo, tanto físico com intelectualmente. Uma boa semana a todos!!!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Desbaste

Olá amigos, outro dia comentei sobre a capação, prática agrícola não mais necessária nas cultivares em uso atualmente. Hoje vamos falar sobre o desbaste de plantas. O desbaste consiste na eliminação do excesso de plantas nas covas objetivando deixar apenas uma planta por cova.
A não execução dessa prática poderá causa redução da produção. Mas como? Se existe maior número de plantas na área. É verdade, eu sempre faço uma comparação que nos ajuda a atender melhor o que acontece. Suponha que você seja uma pessoa que costuma almoçar todo dia em torno de 400g de comida. Pois bem, se você encontra um amigo que também costuma comer essa mesma quantidade diariamente e não existe comida extra e que vocês terão que dividir essas 400g para vocês dois todos os dias. O que vai acontecer? Ambos vão ficar com fome. Isso é o que acontece com as plantas. Quando elas são cultivadas em uma mesma cova ocorre uma competição bastante intensa por água, luz e nutrientes podendo causar perda na produtividade.
Essa prática de ser realizada entre 20-30 dias após o plantio ou quando as plântulas alcançarem uma altura de 10-12cm. A retirada deve ser feita com cuidado para evitar danificar a planta vizinha. Evitar arracá-las para cima, procurando sempre puxá-las lateralmente. O desbaste deve ser realizado preferencialmente com o solo úmido. Bom final de semana a todos.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Reunião Pólo Biodiesel

Caros leitores, hoje participamos da reunião do grupo de trabalho do Pólo Biodiesel do Brasil que acontece mensalmente em Irecê. Nessa reunião se discute os principais problemas e entraves da cadeia produtiva da mamona. Os problemas encontrados são encaminhados ao MDA para que se tome as providências cabíveis.
O objetivo da reunião de hoje foi elaborarmos um planejamento estratégico com cronogramas de atividades a serem realizadoas para o ano de 2011. Nessa reunião estavam presentes Secretarias de Agriculturas de alguns municípios, representantes de algumas cooperativas, sindicatos e os representantes das instituições da Petrobrás, Embrapa e EBDA.
 Ressaltamos que essa é uma reunião de grande importância para a microrregião de Irecê - BA onde os entraves referentes a cadeia produtiva da mamoneira relacionadas ao Programa Nacional do Biodiesel são debatidos e encaminhados para as instituições responsáveis para que tomem conhecimento e providências.
Para o fortalecimento do Grupo de Trabalho do Pólo Biodiesel de Irecê, seria bom a participação e o envolvimentos de mais representantes ligados ao segmento dessa oleaginosa nas discussões de forma a colaborar com o desenvolvimento dessa região.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Doenças na mamoneira


Olá leitores, abordaremos hoje em nossa postagem as doenças que atacam a mamoneira. A mamoneira como qualquer cultura é afetada por vários microrganismos que podem causar doença e reduzir a produção e consequentemente causar prejuízos econômicos.
Para que uma doença ocorra e cause prejuízos econômicos é preciso que as condições climáticas sejam favoráveis. As doenças que afetam a mamoneira são o morfo-cinzento, murcha de fusário, mancha foliar bacteriana, podridão do tronco ou macrophomina, prodridão dos ramos, mancha de cercóspora e mancha de alternária.
Na microrregião de Irecê - BA destacam-se a macrophomina, fusariose e o  morfo-cinzento como as principais. Destacamos que o morfo-cinzento não atinge todos os municípios dessa microrregião, ficando restrito aos locais próximos a chapada. Já a macrophomina e a fusariose está dissiminada em toda a região e poderá no futuro se transformar em um problema sério. Atualmente, temos relatos de áreas já prejudicadas com essas doenças, inclusive já recebemos agricultores preocupados com o aumento de infestação em suas áreas.
O controle químico dessas doenças é caro e na maioria dos casos não compensa. Então, ressaltamos a importância de outras táticas simples, mais baratas e acessíveis aos agricultores para evitar o aumento da intensidade do patógeno. Usar sementes de qualidade, sadias e resistentes aos fungos; tratar as sementes quimicamente antes de plantar; fazer rotação de culturas; eliminar os restos culturais;  evitar usar arado provenientes de áreas com maior infestação, etc. São práticas simples, baratas e acessíveis a todos os produtores.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Hora de colher

Olá amigos, dando continuidade ao assunto anterior, vamos começar nessa semana a realizar a colheita de alguns experimentos. Conforme podemos observar na fotografia ao lado, todo o racemo encontra-se seco e fechado, cultivar BRS Energia que é indeiscente. Esse é o ponto ideal de colheita. Com essa cultivar reduz-se os custos com mão-de-obra na colheita porque faz-se apenas uma única colheita quando os cachos estiverem completamente secos. Nessa fase, todos os frutos já atingiram a maturidade fisiológica e a semente apresenta  vigor e poder germinativo máximos,  além disso a qualidade do óleo também é superior quando a colheita é feita nessa estágio, diferentemente da colheita das cultivares semi-indeiscentes que se colhe quando 70% dos frutos estão secos e os outros frutos verdes que ainda não atingiram a maturidade fisiológica poderão prejudicar o conteúdo e a qualidade do óleo. Também existe a necessidade de completar a secagem desses frutos em terreiros, que é o mais comum.
 Ressaltamos que um dos entraves que existia antes quando falávamos da cultivar BRS Energia era a dificuldade no descascamento, conforme nos foi relatados por alguns agricultores. Pois bem, isso era verdade, essa cultivar apresenta uma certa resistência quando se faz o descascamento através do chicote. Porém, isso agora é coisa do passado. A nova máquina de descascar de Gilson Dourado apresenta ótima eficiência no descascamento da BRS Energia. Para agricultura familiar, a Embrapa Algodão também desenvolveu uma máquina para descascar mamona movida a força humana atralada a uma bicicleta e de baixo custo. Mais informações é só pesquisar na nossa área de pesquisa ao lado com as palavras "mamona, bicicleta".

sexta-feira, 3 de junho de 2011

As pesquisas

Olá amigos, há dias não faço um comentário sobre o andamento das pesquisas. Pois bem, o motivo é porque estamos na fase de coletas de dados. Como falei em outra postagem é uma fase que demanda tempo porque precisamos fazer as leituras em todas plantas de todas as parcelas de todos os experimentos de pesquisas, isso significa passar planta por planta para medir sua altura, seu diâmetro caulinar, contar a quantidade de cachos, medir o tamanho dos cachos etc. Então, não tem muito o que comentar, só muito trabalho repetitivo. Talvez semana que vem finalizaremos boa parte das variáveis. Eu particularmente estarei fazendo uma seleção na linha de cada material para coletar as sementes que comporão os ensaios de pesquisas da próxima safra. 
A escassez de água ainda prejudica a região e assim será até o final do ano; dificilmente choverá. Mas, aqui já está fazendo aquele friozinho danado onde nordestino ao meio dia procura caminhar no meio da rua para pegar um solzinho qualquer que seja. 
Andando pela região percebemos que os cultivos de mamoneira estão bem sofridos  e clamando por chuvas. A mamoneira tolera bem ao deficit hídrico, porém, quando este é bastante prolongado as plantas começam a perder as folhas e a paralisar seu metabolismo para conseguir resistir a esse período de falta dágua. É a adaptação para sobreviver. Um bom final a todos!!!


quinta-feira, 2 de junho de 2011

"Capação"

Caros leitores, hoje vou abordar o assunto  que sempre sou questionado quando estou palestrando ou falando com agricultores que é a retirada da gema apical da planta, conhecida como "capação". Pois bem, essa prática agrícola era frequente antigamente e ainda hoje muitos produtores utilizam por falta de informação. A "capação" nada mais é do que a retirada do "olho da planta, ou seja, da gema apical". Isso era necessário em virtude das cultivares plantadas crescerem bastante verticalmente, pois a mamoneira apresenta crescimento simpodial cuminando sempre na formação de um cacho. Para evitar esse crescimento, era realizada a retirada da parte apical da planta para que ela parasse de crescer verticalmente e passasse a se desenvolver lateralmente, "esgalhasse". Assim, facilitava os tratos culturais e a colheita.
Com o avanço das pesquisas de melhoramento genético com essa cultura foram desenvolvidas novas cultivares sem essa característica. Portanto, as cultivares Nordestina, Paraguaçu e BRS Energia já dispensam essa prática. Salientamos que quando se retira da gema apical da mamoneira se está retirando o cacho maior e mais produtivo da planta que é responsável por aproximadamente 30% da produção da planta. Então, recomendamos aos agricultores que cultivam as variedades da Embrapa que podem eliminar a prática da "capação".

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Consórcio mamona x milho

Olá amigos, vamos falar nessa postagem um pouco sobre o consórcio de mamona com milho. Temos observado que essa prática agrícola é bem comum entre os agricultores de mamona. O cultivo consorciado compreende o cultivo de duas espécies diferentes em uma mesma área de terra, sendo bastante praticado na agricultura familiar que não dispõe de grandes áreas para o cultivo. Porém, nem todas as espécies se adequa satisfatoriamente a esse sistema simultâneo.
O objetivo do consórcio é obter o máximo rendimento das duas culturas em uma mesma área e em um mesmo período maximizando, portanto, os recursos naturais. Pesquisas desenvolvidas com esse consórcio demonstraram que não existe viabilidade econômica que justifique essa prática agrícola. As pesquisas realizadas evidenciaram que quando se cultiva mamona com milho ocorre diminuição no rendimento de ambas as culturas. Isso ocorre porque o milho é uma espécie bastante competitiva e a mamoneira apresenta crescimento lento nos primeiros 60 dias. Então, não recomendamos o consórcio mamona x milho. Porém, como sabemos que muitos agricultores continuarão com essa prática, sugerimos que faça da seguinte maneira: primeiro semeie a mamona e com 25 dias após a germinação da mamona semeie o milho, ressaltamos que é preciso deixar no mínimo 1 metro de distância da fileira da mamona.
Salientamos que o cultivo consorciado é fundamental para a agricultor familiar que trabalha com a cultura da mamona e que deve ser praticada com culturas alimentares que apresentem vantagens com esse sistema dentro de modalidades de configurações de fileiras já compravadas pela pesquisas. Abaixo fotografias de consórcio inadequado de mamona x milho.