Na Pesquisa Agrícola

Postagens sobre a pesquisa e o cultivo da mamoneira no semiárido.
Obrigado pela visita, boa leitura e volte sempre.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sustentabilidade da mamoneira

Olá amigos, continuando a falar da microrregião de Irecê, temos constatado que a mamoneira é a única cultura de sequeiro que ainda produz. Nossa observação, ao longo de quatro anos convivendo nessa região é de que aquele agricultor que faz opção em cultivar outra cultura tem tido safras frustadas. 
O feijão que outrora movimentava a região e que deu o slogam a Irecê de capital do feijão ficou apenas na lembrança, porque atualmente já não se produz mais feijão. O milho que também é bastante cultivado em toda a região tornou-se uma aventura cultivá-lo em sequeiro. Durante esses quatro anos convivendo de perto com essa região podemos afirmar que apenas a mamoneira tem suportado as mudanças climáticas que vem ocorrendo. Mesmo assim, vimos na postagem anterior que muitos municípios reduziram a produtividade da mamoneira.
Caros leitores, quero dizer com isso que precisamos investir em capacitação tanto dos técnicos como dos agricultores para que a cultura da mamona continue gerando renda nessa região que tem mais de 80% de agricultores familiares e que dependem do cultivo dessa oleaginosa. E nesse ponto ressaltamos a importância das cooperativas de agricultores. Serão elas com a cooperação das instituições federais, estaduais, ONGs e sociedade civil que poderão tornar o sistema de cultivo da mamoneira sustentável nessa grande microrregião de Irecê. E assim, não deixar acontecer como aconteceu com a cultura do feijão: produção zero.
Ressaltamos que tecnologias disponíveis existem. Então, vamos investir em ações de transferência de tecnologias. É nesso ponto que consideramos que as cooperativas devem realizar um papel fundamental na construção de uma base sólida para fortalecer a agricultura familiar e tornar o cultivo da mamoneira sustentável.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Produtividade da microrregião de Irecê

Olá amigos, hoje estava dando uma olhada nos dados de produção de mamona da microrregião de Irecê e achei interessante mostrá-los. Os dados mais atuais do IBGE são de 2009. A microrregião de Irecê é responsável por aproximadamente 43% de toda a produção brasileira.
Gostaria de compartilhar e chamar atenção para a queda de produção e produtividade ocorrida do ano de 2008 para o ano de 2009 nos municípios que mais produz mamona, conforme podemos verificar na tabela abaixo. Isso me chamou bastante atenção e por isso resolvi postar esse dados. Não sei explicar o porque disso; porque não houve grandes mudanças na cadeia produtiva  e nem no sistema de cultivo. Porém, fica o alerta. Vamos ficar atentos a publicação dos dados da safra de 2010 para compararmos. Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal. Acessado em 26.05.2011.
Tabela 1. Área colhida (hectares), Produção (toneladas) e Produtividade (quilogramas por hectare) da mamoneira  na microrregião de Irecê-BA em 2008 e 2009.
Municípios20082009
Área Prod. Produt. Área Prod.Produt.
Mulungu do Morro5.5008.8001.6006.0003.000500
Cafarnaum13.20019.8001.50011.7004.680400
América Dourada1.8002.7001.5001.500450300
Morro do Chapéu 3.0003.2401.080400200500
Barra4003609001.5001.350900
Itaberaba1.1009818922.2152.070935
Central3.2002.7208503.0001.800600
São Gabriel8.0005.80072512.0006.000500
João Dourado2.4001.6947061.500450300
Presidente Dutra4.0002.8207051.500450300
Lapão7.5005.0026676.5002.600400
Barra2.1411.4106592.3251.937833
Gentio do Ouro230148643240168700
Irecê1.000624624800560700
Uibaí2.1001.2966172.500750300
Itaguaçu da Bahia708425600300240800
Souto Soares2.5001.5006003.0001.800600
Xique-Xique780468600250125500
Jussara1.7008995294.0001.600400
Ibititá1.8009315175.0002.000400
Ibipeba1.8008304614.0001.600400
Barra do Mendes700288411800480600
Canarana9.5003.6863884.8003.360700
Barro Alto5.5002.1283872.5001.750700
Região de Irecê - BA80.55968.55085178.33039.420503
 Brasil 157.626122.140775159.40991.076571

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Preparo do solo


Olá amigos leitores, hoje vamos comentar um pouco sobre o preparo do solo. O preparo do solo é um conjunto de operações que visa propiciar boas condições para o desenvolvimento da cultura. Para isso são utilizados alguns implementos agrícolas como: arado, grade, sulcador, niveladora, etc.
Temos escutado vários relatos de agricultores sobre a degradação dos solos da microrregião de Irecê-BA. Relatam que suas áreas estão compactadas e que nos últimos anos têm-se observado uma diminuição da capacidade produtiva dessas áreas.
O preparo do solo é essencial para o sucesso de uma lavoura de mamona. Objetiva aumentar a aeração do solo e controlar o mato para que as raízes se desenvolvam adequadamente.
Temos constatado que a maioria das práticas agrícolas nessa região são inadequadas. Entre as possíveis causas da compactação e da redução da produção, destacamos o uso inadequado e intensivo de implementos agrícolas por longos anos associados ao monocultivo de culturas que degradam e não fornecem proteção aos solos contra erosão, além de uso de sementes de baixa qualidade.
Nessa balança, ambos os lados são responsáveis. O Estado, por deficiência da assistência técnica e o agricultor por não fazer uso de práticas agrícolas simples como: plantar em curva de nível, eliminar o uso da grade, utilizar adubos orgânicos, etc.
Recomendamos a eliminação da grade aradora no preparo do solo, fazer da rotação de culturas, incorporar de restos culturais ao solo e outras práticas simples como sementes de qualidade, consórcios adequados etc. Apenas a eliminação da grade e a utilização de um subsolador ou sulcador na linha de plantio da mamona já torna visível a diferença no desenvolvimento e na produtividade da mamoneira. Abaixo fotografias com manejo inadequado: consórsio errado, compactação pela grade e erosão: não tem solo que resista.

 
 
 



terça-feira, 24 de maio de 2011

Gestão Estratégica

Olá amigos, hoje recebi um e-mail de um professor falando de gestão estratégica, gostei muito do exemplo e estou transcrevendo abaixo. Está sem autoria.
Um padre está dirigindo por uma estrada quando um vê uma freira em pé no acostamento.
Ele para e oferece uma carona, a freira logo aceita.
Ela entra no carro, cruza as pernas revelando suas lindas pernas.
O padre se descontrola e quase bate com o carro.
Depois de conseguir controlar o carro e evitar acidente ele não resiste e coloca a mão na perna da freira.
A freira olha para ele e diz:
- Padre, lembre-se do Salmo 129!
O padre sem graça se desculpa:
- Desculpe Irmã, a carne é fraca... E tira a mão da perna da freira.
Mais uma vez a freira diz:
- Padre, lembre-se do Salmo 129!
Chegando ao seu destino a freira agradece e, com um sorriso enigmático, desce do carro e entra no convento.
Assim que chega à igreja o padre corre para as Escrituras para ler o Salmo 129, que diz: 'Vá em frente, persista, mais acima encontrarás a glória do paraíso'.
Conclusão: *Se você não está bem informado sobre o seu trabalho, você pode perder excelentes oportunidades* 
Assim como no exemplo, é na vida. O mercado do biodiesel é uma oportunidade para os agricultores da agricultura familiar que cultivam mamona. Então, é precisam está bem informados sobre o cultivo da mamona. Qual a melhor cultivar para sua região, como fazer o manejo correto de acordo com as recomendações técnica, qual a melhor época para plantar, como está a comercialização etc. Assim, busca-se uma produtividade máxima porque se está cultivando de acordos com as tecnologia e conhecimentos desenvolvidos pela pesquisa. Com isso minimiza os riscos de insucesso e maximiza os lucros.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Melhoramento Genético

Olá amigos, temos comentado que nosso objetivo maior com as pesquisas é o melhoramento genético da cultura da mamoneira, ou seja, busca por novas variedades para o semiárido. No geral, o melhoramento genético da mamoneira objetiva o aumento da produtividade. Além disso, procuramos desenvolver variedades adaptadas as condições do Nordeste brasileiro.
A precocidade é outra característica que se busca porque nosso período chuvoso é curto e assim procuramos desenvolver novas cultivares em que o ciclo se encaixe dentro do curto período de precipitação pluvial.  Também se busca reduzir o porte da planta para facilitar a colheita manual e/ou adaptar a algumas colheitadeira existentes.
O grau de deiscência do fruto (abertura do fruto) que é comum na maioria das cultivares é outra característica que estamos trabalhando para eliminar. As novas cultivares já são indeiscentes (na estralam). A vantagem é a diminuição com o custo com a mão-de-obra, enquanto na cultivares semi-indeiscente você precisa está colhendo semanalmente, as cultivares indeiscentes você espera que todos os cachos fiquem secos para realizar a colheita. Além disso, a qualidade do óleo é melhor porque não se colhe frutos imaturos como acontece com os frutos semi-indeiscentes. Outras características importante e desejável é a obtenção de cultivares com maior teor de óleo (acima de 50%) e resitentes a pragas e doenças.
Vislumbramos uma planta ideal que apresentem elevada produtividade, precoce, porte baixo, alto teor de óleo na semente, tolerante a seca e resistente a pragas e doenças, etc. Mas isso é um sonho. E este sonho é construido passo a passo e quem sabe um dia o homem consiga extrair o potencial teórico de produtividade de uma cultura.

Cultivar Indeiscente - Frutos não "estralam"
Cultivar semi-indeiscente - Frutos se abrem


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Qualidade de Sementes

Olá amigos! Hoje vou abordar um assunto que vem sendo bastante demandado: sementes. O uso de sementes de qualidade e de uma cultivar adaptada à região é uma das tecnologias mais simples, barata e que possibilita a obtenção de uma produtividade maior. A maior região produtora de mamona do Brasil (Irecê-BA) está com suas terras infestadas por algumas doenças (macrophomina, fusário, etc) resultado de anos de cultivo do feijão, uso dos mesmos implementos agrícolas em várias propriedades e uso de sementes adquiridas no mercado local e infestadas. Tudo isso facilita a dissiminação das doenças. Porém, essas doenças não são ainda um fator limitante para a produção de mamona nessa região. Contudo, a infestação continua aumentando e já estamos recebendo relatos de agricultores em que suas roças já estão sendo prejudicadas com algumas dessas doenças, principalmente, macrophomina e fusariose.
A semente deve ser adquirida de uma instituição ou de um produtor idôneo registrado no Ministério da Agricultura. Mas por quê? Meu vizinho é uma pessoa séria, não posso comprar dele? Ele me vende até mais barato. Bem amigo; essa dúvida é de muitos agricultores. Então vamos lá. Primeiro, existe uma diferença grande entre o que é semente e o que é grão. Segundo, quando você compra “semente” de seu vizinho, ela vem misturada, com doenças, você não saber o poder germinativo e a pureza varietal e também não se conhece a produção do material. São muitos os problemas. Terceiro, quando você adquire semente de uma fonte idônea, é conhecida a qualidade e fiscalizada pelo MAPA. Existe uma lei específica para a produção de sementes com os critérios estabelecidos para as diversas culturas. Os custos para produzir sementes são maiores e por isso o preço é maior. Já o seu vizinho está lhe vendendo grão como semente.
Aos agricultores em geral, recomendamos que adquira sementes de fontes confiáveis e que faça um tratamento químico nas sementes antes do plantio contra doenças. Uma fonte confiável que recomendamos para compra de sementes de mamona é Embrapa Algodão (83) 3182-4300. Uma semente de qualidade diminui o risco de insucesso da produção. Um ótimo final de semana!!!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Andamento das pesquisas

Caros amigos, vejo que tenho alguns leitores que ficam apenas visitando e lendo anonimamente. Gostaria de dizer que criei esse blog para levar informações sobre a pesquisa de mamona até vocês, para interagirmos, para trocarmos informações sobre o cultivo da mamoneira no semiárido. Assim, solicito que seja nosso seguidor, que faça comentários sobre as postagens e que participe com sua experiência dando sua contribuição sobre o cultivo sustentável da mamoneira no Nordeste brasileiro.
E a pesquisa como está? É verdade, esses dias têm sido corridos com reuniões, visitas técnicas, atendimentos ao público no escritório, visitas a povoados para selecionar áreas para implantação de Unidades Demonstrativas etc. Assim, os trabalhos das pesquisas ficaram com meus colegas de campo e estagiários. Porém, próxima semana irei fazer uma avaliação de todos os ensaios planta a planta. Vamos fazer seleção de plantas para avançar as gerações.
Nessa semana, os colegas estão realizando a coleta de dados, ou seja, fazendo as medições da variáveis. Não é um trabalho braçal, mas também não intelectual. Porém, é um trabalho onde o braçal se une ao intelectual. Braçal porque se tem que andar com um instrumento, por exemplo: uma régua, para fazer as medições: altura da planta, altura do primeiro racemo, tamanho dos racemos, etc. Intelectual porque é preciso bastante cuidado nessas tomadas de dados para não fazer anotações erradas e trocar as informações das parcelas. Então, essa tomada de dados é realizada com no mínimo duas pessoas, uma para ir anotando as informações e prestando atenção quando da mudança de parcela e outro apenas para conduzir o instrumento de medição e realizar a leitura.
É uma fase demorada, cansativa e repetitiva. Em cada parcela avaliamos cinco plantas. Então, todas as leituras referentes àquela parcela são realizadas nessas cinco plantas. Agora imagine um ensaio com 80 parcelas, temos então 400 plantas e em cada planta feita a leitura de 10 características. Isso é apenas um de nossos experimentos de um total de 20. Ria não, porque o negócio é sério. É pesquisa agrícola.



quarta-feira, 18 de maio de 2011

Unidade Demonstrativa

Olá amigos, hoje quero comentar um pouco sobre transferência de tecnologia. Transferir tecnologia é levar conhecimento para um determinado público. Na área agrícola é apresentar uma cultivar nova, uma técnica de manejo inovador, um método de combate a praga, etc. Então, para atingir esse objetivo utilizamos diversos instrumentos como: palestras, seminários, cursos, distribuição de folders e cartilhas, visitas técnicas, dias de campo, etc.
A Unidade Demonstrativa trata-se de uma pequena área para exposição de uma ou mais cultivares desenvolvidas e adaptadas para a região e voltada para o segmento do agronegócio da mamona (agricultores, estudantes, técnicos extensionistas e visitantes) possibilitando o contato direto com as recomendações técnicas do cultivo dessas variedades de mamona. Essa iniciativa tem o objetivo central de propiciar uma prática de como produzir e manejar as diferentes cultivares e fases do plantio, bem como o repasse das informações básicas e relevantes aos agricultores familiares, técnico da extensão rural e estudantes envolvidos no agronegócio da mamona, além de fazer a integração entre as instituições envolvidas nesse segmento.
Estamos planejando implantar uma Unidade Demonstrativa da variedade BRS Energia sob irrigação no município de São Gabriel-BA objetivando apresentar essa cultivar aos agricultores bem como as recomendações técnicas de cultivo dessa variedade. Durante as fases de desenvolvimento da cultura,  pretendemos capacitar agricultores e técnicos com a realização de dias-de-campo, palestras e cursos sobre o cultivo sustentável da mamoneira no semiárido.


terça-feira, 17 de maio de 2011

Mamona Irrigada - 2ª parte

Caros leitores, dando continuidade ao assunto da postagem anterior,  vamos falar um pouco mais de mamona irrigada. Para quem vive no semiárido é uma alternativa tendo em vista que as condições climáticas estão bem adversas para qualquer cultivo. O atual preço da mamona também chama atenção, na praça de Irecê está sendo comercializada a quase R$ 2,00 o quilograma. Salientamos que esse é um preço fora da realidade.
As publicações com informações de manejo de irrigação com a mamoneira no Nordeste são escassas. Os solos do Nordeste são bastantes variáveis, portanto, algumas informações de uma região não se aplica em outra.  Então, vou falar a minha visão e experiência de observador sobre esse assunto. O que tenho observado é que cada produtor adota um sistema diferente, com variedades e espaçamentos diferentes. Então não temos como comparar esses sistemas. Eu sempre me pergunto: É viável? Ou seja, gera lucros? A única resposta que vem a minha mente é que sim, senão esse agricultor já teria abandonado esse sistema.
No manejo da irrigação são imprescindíveis práticas adequadas para reduzir custos. Temos observado nos sistemas irrigados que a mamoneira se desenvolve bastante. Em um caso particular, a mamoneira cresceu, se desenvolveu e não produziu. No geral temos constatado um crescimento com  desenvolvimento e produção satisfatória. A mamoneira responde bem a água e aos adubos aplicados. Desse modo, se for aplicado adubo e água com abundância, a mamoneira cresce e se desenvolve "viçosamente" e prejudica a produção. Então, tanto a adubação como a quantidade de água aplicada devem ser bem controladas. Vale ressaltar que o excesso de umidade é prejudicial para a mamoneira em qualquer fase do ciclo. Salientamos que o espaçamento para a mamona irrigada é diferente para o cultivo em sequeiro, salvo algumas excessões.
Constatamos diversos espaçamentos em toda a microrregião de Irecê. O espaçamento é fundamental para tirar o máximo proveito do solo e da energia solar. Assim, espaçamentos largos ou estreitos comprometem a produtividade. Nossa experiência com BRS Energia em dois espaçamentos sob irrigação (1,0m x 1,0m; 2,0m x 1,0m) em uma unidade demonstrativa instalada no CETEP, constatamos que a produtividade foi prejudicada pelo motivos que falei acima, ou seja, no espaçamento 1x1 houve uma maior competição das plantas por nutrientes, água e luz, sendo que as plantas cresceram, se desenvolveram e não produziram o esperado. No espaçamento 2x1 verificamos que as plantas diminuiram o porte e emitiram mais cachos, porém, ficou uma faixa entre as fileiras que poderia ser aproveitada. Deduzimos, portanto, que a produtividade dessa cultivar poderia ter sido melhor se cultivado no espaçamento 1,50m x 1,00m sob irrigação, porém, é necessário maiores pesquisas para a mamoneira irrigada para determinar a densidade de plantio ideal de cada cultivar. Publicamos esse trabalho no IV Congresso Brasileiro de Mamona e está disponível na internet.





segunda-feira, 16 de maio de 2011

Mamona Irrigada

Caros amigos, ultimamente temos recebido visitas de pessoas envolvidas no agronegócio mamona a procurar de informações sobre o cultivo irrigado da mamoneira na microrregião de Irecê-BA. Então, hoje vamos postar algumas informações sobre a mamoneira irrigada. Após a implantação do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel, a mamoneira passou a ter incentivos do Governo Federal. Assim, o preço da baga foi regularizado com a política do preço mínimo, dando segurança ao agricultor e garantindo renda mais justa ao plantadores de mamona.
Atualmente, o preço dessa oleaginosa está em alta no mercado e muitos agricultores estão fazendo uso da irrigação nessa cultura. As informações na literatura sobre o cultivo irrigado da mamoneira no semiário são escassas e localizadas em algumas regiões. Então, o que vou escrever aqui são informações baseadas nas observações realizadas e experiências adquiridas ao londo de nossa vida profissional trabalhando com a mamona. Nesse tempo temos visitado pequenos e grandes cultivos irrigados e com diversas variedades.
As cultivares desenvolvidas para o semiárido são para regime de sequeiro, porém, podem ser irrigadas. O custo de investimentos é alto, então, práticas adequadas de manejo são fundamentais para reduzir os custos. O manejo de água e adubação deve ser bem planejados, porque a mamoneira responde bem a esses dois itens e pode prejudicar a produção quando utilizados inadequadamente.
É preciso maiores pesquisas para desenvolver um sistema de cultivo irrigado para a mamoneira. Temos observado sistemas de irrigação desde pivô central até microgotejamento e com espaçamento desde 1,0m x 1,0m até 8,0m x 3,0m. Esse é um assunto que gera muita discussão entre os agricultores (ver vídeo postado anteriormente) e nós da pesquisa não temos um sistema que possamos recomendar, mesmo porque o semiárido apresenta uma heterogeneidade de solo muito grande. Para não deixar esta postagem muito grande, vou encerrar por aqui e na próxima falarei sobre o cultivo irrigado na microrregião de Irecê-BA, responsável por aproximadamente 80% da produção nacional. 

Cultivo BRS Energia - Pivô Central

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Chuva ou Seca?


Caros colegas, infelizmente perdemos a postagem do dia 12.05.11, aconteceu um problema com o blogger e nosso arquivo desapareceu, aliás não só o meu mais o de muitos blogueiros. É uma pena, mas vou procurar relembrar o que escrevi e colocar nessa postagem.
Os nossos ensaios de pesquisas estão bastante prejudicados por ausência de chuvas na região. Isso todos já sabem. A última chuva na microrregião de Irecê-BA foi  dia 13.03.11. Apesar de a mamoneira apresentar resistência a seca, ser vivo nenhum sobrevive sem água. Mas apesar dessa seca nos prejudicar bastante, não tem nada perdido...Nem tudo está perdido.
Ontem recebemos dois pesquisadores renomados da Embrapa Algodão no melhoramento genético da mamoneira que são os responsáveis pelo desenvolvimento e lançamento das cultivares de mamona. Então foi um dia corrido, em que tivemos que passar em cada experimento para fazer as avaliações. É uma troca de experiência bem satisfatória, onde a teoria se encontra com a prática.
A seca que prejudica nossos experimentos também nos proporciona uma oportunidade. É verdade, verdadeira. Mas como pode? Vejam só. Essa é uma oportunidade de selecionarmos plantas mais tolerantes ao estresse hídrico. Claro que nosso objetivo anterior era avaliar principalmente a produção, mas com essa estiagem; vamos mudar o nosso objetivo e passar a focar na seleção de plantas resistentes a seca. Então queridas plantinhas, sejam fortes, porque somente as fortes sobreviverão e a recompensa será de sua descendência. É a lei da natureza, seleção natural...mas nos ensaios, a seleção será realizada por mim.