Na Pesquisa Agrícola

Postagens sobre a pesquisa e o cultivo da mamoneira no semiárido.
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terça-feira, 17 de maio de 2011

Mamona Irrigada - 2ª parte

Caros leitores, dando continuidade ao assunto da postagem anterior,  vamos falar um pouco mais de mamona irrigada. Para quem vive no semiárido é uma alternativa tendo em vista que as condições climáticas estão bem adversas para qualquer cultivo. O atual preço da mamona também chama atenção, na praça de Irecê está sendo comercializada a quase R$ 2,00 o quilograma. Salientamos que esse é um preço fora da realidade.
As publicações com informações de manejo de irrigação com a mamoneira no Nordeste são escassas. Os solos do Nordeste são bastantes variáveis, portanto, algumas informações de uma região não se aplica em outra.  Então, vou falar a minha visão e experiência de observador sobre esse assunto. O que tenho observado é que cada produtor adota um sistema diferente, com variedades e espaçamentos diferentes. Então não temos como comparar esses sistemas. Eu sempre me pergunto: É viável? Ou seja, gera lucros? A única resposta que vem a minha mente é que sim, senão esse agricultor já teria abandonado esse sistema.
No manejo da irrigação são imprescindíveis práticas adequadas para reduzir custos. Temos observado nos sistemas irrigados que a mamoneira se desenvolve bastante. Em um caso particular, a mamoneira cresceu, se desenvolveu e não produziu. No geral temos constatado um crescimento com  desenvolvimento e produção satisfatória. A mamoneira responde bem a água e aos adubos aplicados. Desse modo, se for aplicado adubo e água com abundância, a mamoneira cresce e se desenvolve "viçosamente" e prejudica a produção. Então, tanto a adubação como a quantidade de água aplicada devem ser bem controladas. Vale ressaltar que o excesso de umidade é prejudicial para a mamoneira em qualquer fase do ciclo. Salientamos que o espaçamento para a mamona irrigada é diferente para o cultivo em sequeiro, salvo algumas excessões.
Constatamos diversos espaçamentos em toda a microrregião de Irecê. O espaçamento é fundamental para tirar o máximo proveito do solo e da energia solar. Assim, espaçamentos largos ou estreitos comprometem a produtividade. Nossa experiência com BRS Energia em dois espaçamentos sob irrigação (1,0m x 1,0m; 2,0m x 1,0m) em uma unidade demonstrativa instalada no CETEP, constatamos que a produtividade foi prejudicada pelo motivos que falei acima, ou seja, no espaçamento 1x1 houve uma maior competição das plantas por nutrientes, água e luz, sendo que as plantas cresceram, se desenvolveram e não produziram o esperado. No espaçamento 2x1 verificamos que as plantas diminuiram o porte e emitiram mais cachos, porém, ficou uma faixa entre as fileiras que poderia ser aproveitada. Deduzimos, portanto, que a produtividade dessa cultivar poderia ter sido melhor se cultivado no espaçamento 1,50m x 1,00m sob irrigação, porém, é necessário maiores pesquisas para a mamoneira irrigada para determinar a densidade de plantio ideal de cada cultivar. Publicamos esse trabalho no IV Congresso Brasileiro de Mamona e está disponível na internet.





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